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Leonardo Sakamoto

"Moendo Gente" analisa os problemas trabalhistas nos principais frigoríficos brasileiros

Leonardo Sakamoto

10/09/2012 19h06

Quem trabalha em um frigorífico se depara diariamente com uma série de riscos que a maior parte das pessoas sequer imagina. Exposição constante a facas, serras e outros instrumentos cortantes. Realização de movimentos repetitivos que podem gerar graves lesões e doenças. Pressão psicológica para dar conta do alucinado ritmo de produção. Jornadas longas até mesmo aos sábados. Ambiente asfixiante e, obviamente, frio – muito frio.

Neste ano, a Repórter Brasil investigou a fundo as condições de trabalho impostas aos funcionários dos três maiores frigoríficos brasileiros: JBS, Marfrig e Brasil Foods (BRF). O resultado foi lançado, nesta segunda (10), na reportagem digital Moendo Gente (www.moendogente.com.br), que mostra 24 casos de unidades industriais condenadas na Justiça, interditadas, multadas ou processadas por graves problemas na organização do trabalho.

Moendo Gente é um mergulho no universo dos trabalhadores dos principais frigoríficos brasileiros. Nele, você encontra uma investigação multimídia sobre acidentes, doenças e outros problemas decorrentes do trabalho nas indústrias de abate de aves, suínos e bovinos. O site também apresenta as maiores redes internacionais de supermercados e restaurantes abastecidas por esses grupos frigoríficos. E traz o posicionamento das empresas sobre os problemas encontrados nesse importante setor do agronegócio. Em 2011, as vendas brasileiras de carne atingiram US$ 15,64 bilhões.

Moendo Gente dá continuidade à investigação da Repórter Brasil iniciada para a realização do premiado documentário "Carne, Osso – O Trabalho em Frigoríficos", vencedor de festivais dentro e fora do país.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.