Topo

Leonardo Sakamoto

Comentarista de internet é feito cabeça de bacalhau e filhote de pomba

Leonardo Sakamoto

11/04/2014 12h04

Já disse isso antes, mas o pessoal não compreende. Como explicar para algumas pessoas que, muitas vezes, o jornalista simplesmente não se importa quando um leitor bota os bofes para fora na área de comentários de um texto ou nas redes sociais é um segredo para mim. O mesmo vale para  fanfarrões e fanfarronas que escrevem apenas para garantir audiência para si mesmos.

Se o texto trouxe informação e abriu um debate bom, fico satisfeito. Particularmente, não vejo uma crítica negativa dura dentro de uma discussão como algo ruim ou pessoal. Faz parte. Contudo, comentários ensandecidos ou violentos são inúteis. Como estamos em uma democracia, todos são livres para postar o que quiserem – desde que não cometam crimes através disso.

Mas lembrem-se que há sempre um outro lado: os autores dos textos que provocaram o debate são livres para não dar bola para quem posta esquisitices, gastando nosso tempo precioso. Analisando as estatísticas de acesso, constata-se que, realmente, é uma minoria raivosa dos leitores que publica esquisitices. Desculpe se isso soa arrogante, mas é verdade. Fazer o quê.

Como já contei aqui antes, um rapaz me parou na rua e, com um sorriso maroto, disse "você não deve ter dormido depois que destruí seu post naquele texto, hein"?. Quando percebeu que eu nem tinha lido o que escreveu por estar em uma semana corrida, ficou muito, mas muito chateado. Pedi para ele mandar um e-mail, que eu leria o comentário e retornaria, mas deu as costas e se foi sem dar tchau.

Concordo com quem diz que são precisos mais estudos para entender o que se passa na cabeça de alguém que comenta coisas estranhas.

Enquanto isso, a gente se diverte com quem se leva a sério demais mas não deveria.

Eu raramente respondo. Mas algumas vezes, pela possibilidade lúdica ou just for fun, cedo a uma conversinha. Trago, abaixo, um exemplo de comentarista que habita este blog, da minha página no Facebook ou da conta no Twitter.

Observação: post com palavras de baixo calão. Tirem as crianças da sala.

parte 1

parte2

parte3

 

Em tempo: Como não houve mais resposta, a aposta está em aberto.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.