Topo

Leonardo Sakamoto

Enquete: O que pensam e querem os comentaristas da internet?

Leonardo Sakamoto

19/12/2014 16h06

  • 37597
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/como-voce-avalia-na-maioria-das-vezes-o-nivel-dos-comentarios-na-internet.js
  • 37598
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/alguma-vez-voce-ja-mudou-sua-opiniao-sobre-um-texto-ao-ler-os-comentarios-sobre-ele.js
  • 37599
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/qual-o-principal-tipo-de-comentario-que-deveria-ser-moderado.js
  • 37603
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/como-voce-publica-um-comentario.js
  • 37600
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/antes-de-usar-a-internet-voce-ja-tinha-enviado-cartas-para-jornais-ou-revistas.js
  • 37601
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/voce-acha-que-a-maioria-dos-comentarios-em-textos-na-internet.js
  • 37602
  • true
  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/12/19/sobre-os-comentarios-voce-acha-que.js

A área de comentários deste blog é um local pitoresco. Ao mesmo tempo que é espaço de construção e desconstrução de argumentos, pontos de vista e visões de mundo, também é onde constatamos como a falta de senso de civilidade e de noção do ridículo nunca atingem o fundo do poço.

Para tentar entender o que pensam os comentaristas de textos e posts na internet, lancei, em 2013, uma enquete. Ela apontou, por exemplo, que a maioria absoluta dos leitores considerava os comentários em textos e posts dispensáveis. E que eles são responsáveis por acirrar os ânimos e manter preconceitos.

Agora que o intenso 2014 se prepara para ir embora, trago novamente a pesquisa. Será que nossa percepção sobre os comentários mudou no último ano?

Caras leitoras, caros leitores, peço que respondam as sete questões levantadas. É necessário votar em cada pergunta e o sistema vai checar se você não é um robô, mas não toma muito tempo.

É claro que há muita gente que usa a área de comentários de blogs, sites e redes sociais para demonstrar sua própria ignorância, o amor por falácias e a discussão extenuante sobre tópicos irrelevantes ou que fujam do tema. Estamos em uma democracia, todos são livres para postar o que quiserem – desde que não usem essa liberdade para tolher a de outra pessoa.

Mas, ao mesmo tempo, a interação possibilitada é inestimável. O lugar estático, até agora autoconsiderado sagrado, do produtor de informação, dá lugar a um cotidiano de trocas muito rico.

Como já disse antes, estamos apenas começando a colocar em prática as possibilidades de diálogo e de construção coletiva trazidas pela internet. Se todos nós aprenderemos a nos beneficiar da liberdade de expressão e não reduzi-la a instrumento de propagação de intolerância, só o tempo dirá.

Particularmente, não vejo uma crítica negativa dura dentro de uma discussão como algo ruim ou pessoal. Se o texto trouxe informação e abriu um debate bom, fico satisfeito. E, analisando as estatísticas de acesso, constata-se que é apenas uma minoria raivosa dos que leram o texto que publica esquisitices.

Por enquanto, vou me contentando com o "pode xingar o blogueiro, mas esteja aberto ao bom debate".

Mas enquanto não evoluímos, há uma solução emergencial. Um amigo jornalista enviou um aviso para ser colocado na área de comentários de blogs que achei fino. A menos que esteja enganado, ele surgiu no The Big Picture, de Barry Ritholtz – para dar o devido crédito.

Em tradução livre:

"Por favor, use os comentários para demonstrar sua própria ignorância, a falta de familiaridade com dados empíricos e a falta de respeito pelo conhecimento científico. Certifique-se de criar falácias e argumentar contra coisas que eu não disse, nem impliquei. Se você puder repetir memes previamente desacreditados ou orientar a conversa para discussões irrelevantes e que fujam do tema, isso seria apreciado. Por fim, gentilmente renuncie a toda civilidade em seu discurso. Você está, afinal de contas, anônimo."

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.