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Leonardo Sakamoto

Sexo pode salvar o planeta?

Leonardo Sakamoto

20/02/2009 17h23

Cada um luta por um mundo melhor da sua maneira:

A Fuckforforest (em tradução livre, "Foda pela Floresta" – infelizmente perdendo a aliteração do original em inglês) se auto-intitula uma organização não-governamental ambiental alternativa. Eles possuem um site que recebe doações de vídeos e fotos de "ativistas eróticos" e cobram 15 dólares/mês para dar acesso às imagens. Fundados em 2004, afirmam que já possuem mais de mil membros.

"Quando nós começamos, conseguimos fundos do governo norueguês. Eles sabiam que estávamos trabalhando em um projeto ambiental alternativo. A pornografia não é exatamente legal na Noruega. Mas a FFF não é exatamente pornografia. Não mais pornografia que um vídeo privado de dois amantes. Em todo o caso, a primeira atenção que tivemos nos meios de comunicação da Noruega foi: o governo está patrocinando pornografia ambiental", explica o site.

Segundo a FFF, todos os recursos captados são usados em projetos de preservação ambiental e reflorestamento em países como o Equador e a Costa Rica. Para evitar o uso indevido de imagens de terceiros, todas devem ser cedidas legalmente.

De acordo com o site, "a sexualidade e a natureza são conectadas. Nós estamos aqui por causa do sexo. Mas a sexualidade aberta é olhada frequentemente para como algo sujo e estranho. Nós sentimos que a sexualidade estava sendo tratada como a natureza, com desrespeito. Então, por que não usar sexualidade pura e de mente aberta para pôr foco nesta maneira não-natural de tratar este planeta?"

"Com a ajuda de pessoas livres sexualmente e mostrando a beleza do amor natural, nudismo e sexo, nós pretendemos direcionar a atenção e arrecadar dinheiro para a natureza ameaçada da Terra. Salvar o planeta é sexy!, completa.

Quem quiser conhecer a FFF, clique aqui (solicitaram-me que eu avisasse que o site contém imagens que podem ser consideradas inapropriadas para crianças e adolescentes)

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.