Parlamentares deveriam ser responsabilizados por homofobia
Pai e filho foram atacados em um centro de exposições em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, após serem confundidos com um casal gay. O pai teve a orelha decepada pelos agressores. A polícia está procurando os autores da barbaridade.
Não sei onde estão os que executaram a ação, mas sugiro que os planejadores sejam procurados no mais imponente dos prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde, por trás da imunidade parlamentar, se escondem entrincheirados defensores da discriminação, do preconceito e da intolerância. Deputados e senadores que bradam indignados mediante a tentativa de aprovação da lei que criminaliza a homofobia. Supostos representantes dos interesses de Deus na Terra que afirmam lutar pelo direito de expressarem suas crenças. Mas que droga de crença é essa que diz que A é pior que B, gerando ódio sobre o primeiro, só porque A se deita com alguém do mesmo sexo?
Pode parecer exagero, mas não é. O Ministério Público Federal deveria co-responsabilizar os membros da bancada evangélica em Brasília por conta desses atos bárbaros de homofobia que pipocam aqui e ali – de ataques com lâmpadas fluorescentes na Avenida Paulista a espancamentos no interior do Nordeste. Pois ao travar uma medida que contribuiria com a solução, eles ajudam na manutenção das condições que geram o problema. São parte dele. Não querem que o Estado dê um recado claro contra a violência, afirmando temer represálias contra suas pregações. Um dia ouvi uma dessas pregações. E, olha, tive muito medo.
Cada homossexual que for espancado e morto deve ser acrescentado na conta desses representantes políticos. Mas como não acredito em acerto de contas no juízo final ou na celeridade da Justiça brasileira, muito menos em uma ação dos eleitores desse pessoal, só me resta ter fé.
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