Bolsonaro se contradiz ao afirmar que não é Moro quem escolhe chefe da PF
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou, nesta quinta (22), que é ele, e não Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, quem indica o diretor-geral da Polícia Federal. Contudo, logo após confirmar em sua equipe o ex-juiz federal que condenou seu principal adversário na disputa à Presidência, no ano passado, Bolsonaro disse que Moro teria total liberdade para isso.
"Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico e não o Sérgio Moro. E ponto final", declarou. "Ele [o atual delegado-geral da PF] é subordinado a mim, não ao ministro. Deixo bem claro isso aí. Eu é que indico. Está bem claro na lei", em registro de do jornal O Estado de S.Paulo.
A reafirmação de poder presidencial vem em um momento em que agentes da Polícia Federal pedem autonomia diante do que consideram interferência indevida do Palácio do Planalto. O presidente deseja indicar uma pessoa próxima a ele na Superintendência do órgão no Rio de Janeiro.
Contudo, no dia 1o de novembro de 2018, Bolsonaro afirmou, em entrevista à TV Record: "Conversei com ele [Moro] que ele terá ampla liberdade para escolher todos os que comporão seu segundo escalão, o chefe da Polícia Federal, o que vai tratar da questão de Segurança Pública". A declaração pode ser vista no vídeo, abaixo, em 1'36".
O ex-juiz responsável pelos casos da operação Lava Jato, em Curitiba, chegou ao governo com promessa de "carta branca" por parte do presidente.
Porém, em março, quando a teoria encontrou a prática, ele ordenou que Moro revogasse a nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó para suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. "Dei carta branca para os ministros, mas tenho poder de veto", afirmou.
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