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Leonardo Sakamoto

Sakamotinho. Porque se levar a sério demais faz mal

Leonardo Sakamoto

27/09/2012 18h30

Recebi de um amigo a tirinha abaixo do site Canudos Coloridos. Uma crítica bem humorada a alguns textos que postei por aqui.

Eu ri alto – hehe.

Com frequência, sou xingado por leitores que discordam com veemência de opiniões aqui expressas. Xingam, rosnam, ameaçam, enfim, optam por uma saída não muito saudável, que passa longe do diálogo, e deve fazer muito mal ao fígado. O deles, é claro.

Com exceção dos que pecam pela extrema falta de bom senso e por isso são deletados (vocês não imaginam como tem gente sem noção no mundo) ou pela prolixidade extrema (há internautas que acham possível me salvar da perdição colando a íntegra do livro de Mateus no espaço de comentários) o que é postado é mantido. Posso até discordar do que dizem, mas todos têm o direito à voz e a internet é um espaço para isso mesmo.

Contudo, alguns dos meus leitores mais conservadores têm um senso de humor sensacional. Produzem comentários deliciosamente cínicos e irônicos que, não raro, fazem uma dobradinha bem boa com os textos que postei. Acho que isso não deprecia o blog, pelo contrário, enriquece o debate. A crítica não precisa ser formal, como num formulário de devolução de imposto, pode ser inteligente.

O problema é que, deste lado do balcão, há colegas que se sentem extremamente ofendidos com essas situações a ponto de resolverem largar seus blogs. Não imaginam que a crítica na rede é uma via de mão dupla.

Enfim, de todos os lados, tem gente que se leva a sério demais.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.