Ministério do Trabalho interdita obra do monotrilho em São Paulo
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo interditou, na tarde desta segunda (16), o serviço de içamento e ajuste das vigas da obra do monotrilho (linha 17-Ouro) até que o consórcio responsável – formado pelas empresas Andrade Gutierrez, CR Almeida, Scomi Engineering e MPE Montagens e Projetos Especiais – e o Metrô assegurem que os operários não correm risco. Durante o embargo, os empregados deverão continuar recebendo seus salários normalmente.
A interdição ocorre após o desabamento de uma das vigas na segunda passada (9), que matou um operário. A obra, quando pronta, ligará o aeroporto de Congonhas ao bairro do Morumbi.
Em reunião com a presença do Ministério Público do Trabalho, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do metrô e do consórcio responsável, os auditores fiscais do trabalho apresentaram demandas para levantar a interdição. Entre elas, a revisão do projeto e dos procedimentos adotados no içamento e ajuste das vigas e pilares, a análise dos riscos desses procedimentos com a descrição das tarefas e capacitação dos envolvidos e relatórios técnicos que garantam que há segurança para os trabalhadores continuarem o serviço.
"Não podemos liberar as atividades sem saber o que realmente ocorreu e sem eles nos assegurarem que as atividades estarão completamente seguras para os trabalhadores", afirmar Silvia Helena, auditora fiscal do trabalho.
O Metrô informou, através de sua assessoria de comunicacão, que irá cobrar do consórcio responsável pela execução da obra o cumprimento dos termos estabelecidos em reunião realizada na Superintendência Regional do Trabalho. "As atividades de lançamento de vigas foram paralisadas imediatamente após o acidente, como forma de garantir agilidade e transparência no processo de apuração das causas do acidente e a segurança na continuação da obra."
O Consórcio Monotrilho Integração informou, através de nota, que já está cumprindo a determinação da Superintendência. "Cabe ressaltar que as atividades de lançamento e ajustes de vigas foram paralisadas imediatamente após o acidente, com o objetivo de garantir transparência e agilidade na apuração das causas do acidente." De acordo com ele, está sendo dado apoio à apuração dos fatos para que sejam identificadas as razões do acidente. O consórcio afirma que "segue todas as normas de segurança vigentes e que se preocupa permanentemente com o aprimoramento de boas práticas que corroborem com o princípio de segurança dos seus colaboradores".
A viga e outros elementos da construção envolvidos no acidente ficarão à disposição da perícia, mas a via pública, que estava interditada, está sendo liberada. Até o dia 25 de junho, o metrô e o consórcio devem se pronunciar a respeito da assinatura de um termo de compromisso contendo essas demandas.
Atualizado no dia 17/06/2014, às 10h20, para inclusão do posicionamento do consórcio responsável.
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