Você não vê Deus, mas acredita nele. E vê a poluição, mas não acredita nela
Baixa umidade do ar somada ao ar poluído torna a qualidade de vida em São Paulo o rascunho do mapa do inferno. Menos, é claro, para os quem vivem em bolhas residenciais, profissionais e de lazer e não se importam com o que acontece do lado de fora. Mas esses, digamos, têm problemas maiores.
Um amigo mostrou um aplicativo que traz a qualidade do ar em outras grandes cidades do mundo. Quando vi que Sampa estava pior que Pequim, entreguei os pontos.
Venho defender, novamente, a implantação de feriados quando o ar estiver irrespirável.
Em cidades de inverno rigoroso, governos decretam feriado quando neva muito. Em lugares escaldantes, ondas de calor muito intensas liberam os trabalhadores de seus afazeres.
Com isso, resguardam a saúde de seus moradores.
Em São Paulo, o problema é invisível ou, melhor dizendo, opaco. E, com isso, passa batido.
E não dá para justificar por fúria da natureza as burradas que nós fizemos ao longo dos anos em nome do crescimento a todo o custo.
Carros e motos demais (seres que pegam o carro para ir comprar pão na esquina de casa vão acabar reprovando nossa sociedade na seleção natural), transporte coletivo de menos, indústrias operando de forma arcaica, consumismo doido.
Que tal trocar um Corpus Christi e uma Sexta-Feira da Paixão pelo decreto de feriados extraordinários para a poluição? Pois, ao contrário da religião, não é necessário ter fé na existência de gases tóxicos. Eles estão aí, independente de acreditarmos neles ou não. Prova disso é que vão nos matando aos poucos.
Quem sabe a redução nos lucros, impostos e salários provocada por feriados forçados não mude a forma com a qual o setor empresarial, governo e sociedade encaram o problema?
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