A seringueira, o metalúrgico e o fazendeiro
A foto não é nova. Mas como este blog é, eu não podia deixar de registrar…
… o presidente Lula e seu mais novo melhor amigo, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi.
No segundo turno da eleição presidencial começaram a pipocar aqui e ali muitas imagens dos dois juntos, com o apoio do recém-reeleito governador do Mato Grosso ao presidente Lula.
Foi na época daquele bilionário apoio amigo do Planalto para ajudar os agricultores que perderam dinheiro com as variações cambiais e para os que estavam endividados. Considerando que os sojicultores foram especialmente beneficiados com a medida, têm se a idéia da felicidade do acerto para o governador.
Depois de reeleito, Lula voltou ao Mato Grosso para fazer campanha pelo biodiesel ao lado de Blairo. Até visitou a fazenda do homem (mas se Bush Filho comeu churrasco do Torto, por que não, né?) e inaugurou uma estrada ali perto. Para ajudar o desenvolvimento, sabe?
Lembra daquele projeto de biodiesel que nasceu para ajudar os pequenos agricultores? Ele está cada vez mais fazendo a alegria do latifúndio da soja. Vale a pena ler a boa matéria de André Campos sobre o tema.
Uma das maiores produtoras de soja do mundo, a família Maggi veio comendo a Amazônia no nortão do Mato Grosso e regurgitando soja no lugar.
Como governador, Blairo levou o Prêmio Motosserra de Ouro 2005, após votação organizada pelo Greenpeace, com 37,21% dos votos. O presidente Lula ficou em segundo, com 26,3%.
"Acho que a continuidade do governo Lula é melhor para Mato Grosso e acho que as questões da agricultura estão muito mais próximas de ser resolvidas com este governo do que se começar tudo de novo", disse o rei.
A imagem dos dois juntos é escabrosa se levarmos em conta que movimentos ambientais que apoiaram a reeleição agora são chamados de "gargalo" para o crescimento. E que a ministra do Meio Ambiente, que já foi amiga, hoje é uma pedra no caminho.
A foto é um resumo do nosso tempo se considerarmos que esse governo de esquerda privilegiou a grande produção agrícola em detrimento de camponeses, quilombolas, indígenas, ribeirinhos…
E que reforma agrária ainda é conto da carochinha.
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