É possível exportar mais carne sem explorar o trabalhador?
O grupo JBS-Friboi comprou a Swift e tornou-se líder mundial em alimentos de origem bovina. Com isso, ele deve aumentar suas exportações, principalmente para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o Sul do Pará tornou-se área livre de aftosa mediante vacinação – abrindo caminho para que a carne do estado ganhe o mundo.
A ampliação da área de pecuária no Norte e Centro-Oeste tem significado aumento no ritmo de destruição da Amazônia. Um estudo do Banco Mundial apontou que 75% da área desmatada lá é ocupada por pasto.
É importante que o crescimento do Friboi, um dos maiores compradores de gado do Brasil, venha acompanhado do respeito aos direitos dos trabalhadores e do meio ambiente. Vale ressaltar que uma pesquisa realizada em 2004 mostrou que fazendas fornecedoras do grupo haviam sido flagradas com mão-de-obra escrava pelo governo federal.
O Friboi assinou no último dia 21 o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, comprometendo-se a cortar fornecedores que usarem esse expediente. Esperemos que ele cumpra à risca o acordo. Pois será muito ruim para o líder mundial e para a economia brasileira se ele mantiver relações comerciais com fazendeiros que produzem carne através do cerceamento da liberdade e do sofrimento de trabalhadores.
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