O Conselho Privado da TV Pública e o IDH para poucos
Foi um ato bizarro a escolha do Conselho Curador da TV Pública pelo presidente da República. Primeiro, porque não houve participação da sociedade nesse processo, restrito a ele e, provavelmente (devido à presença de certos nomes) a seus assessores mais próximos.
É irônico que o núcleo fiscalizador do canal público esteja nascendo de um decisão privadíssima – ao contrário do que ocorre com a composição da maioria dos conselhos federais do país, precedidos de editais e candidaturas públicas. O instrumento que pode vir a contribuir com a democratização da comunicação recebe mais um golpe antes do nascimento.
Segundo: apesar de alguns nomes pertinentes que desempenharão de forma razoável a função, o conjunto ficou esquizofrênico. Há até, entre os conselheiros, gente que foi solenemente expulsa de gabinete de ministro por defender de forma "inconveniente" (para dizer o mínimo) uma empresa que cometeu graves infrações trabalhistas. Fora donos de empreiteiras, fabricantes de ônibus (será por causa das tevêzinhas de bordo?), ranços da ditadura e por aí vai.
É incrível a capacidade humana de fazer naufragar boas idéias.
Veja a lista completa dos indicados na matéria do jornal Estado de S. Paulo, clicando aqui.
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O Brasil entrou para o grupo de nações com alto Índice de Desenvolvimento Humano na divulgação da nova série do indicador pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH considera renda per capita, educação e expectativa de vida na sua composição.
Surpreso? Não sei o porquê. Demorou até para entrar nesse patamar.
O Brasil é um país rico, o problema é que ele está na mão de poucos. O PIB subiu – e está mais na mão dos que puderam comprar ações do que daqueles que dependeram de salário mínimo ou de programas de distribuição de renda. A educação está sendo universalizada – contudo a extensão de sua abrangência não é acompanhada pela sua qualidade nem de longe.
Enfim, ainda fazemos parte do seleto grupo de países com altíssima concentração de riqueza. Situação que não vai mudar tão cedo, tendo em vista que a estrutura que a sustenta não mudou. Com a benção do governo.
Para ler o relatório 2007/2008 do PNUD, clique aqui.
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