A flexibilização das leis trabalhistas e o tráfico de gente
Viena –Quando a gente fala certas coisas é um "comunistazinho desgraçado", "um invejoso do que os outros conseguiram com suor" (eu adoro essa – hehe) ou "uma mente atrasada do terceiro mundo". Já me pediram para ir atrás do que dizem os pesquisadores da Inglaterra ou dos Estados Unidos para aprender um pouco. Então tá, fui ouvir.
Nicola Phillips, professora de Economia Política da Universidade de Manchester, na Inglaterra, defende que o tráfico de pessoas para exploração econômica e sexual está relacionado ao modelo de globalização e de capitalismo que o mundo adota. De acordo com ela, esse modelo é baseado em um entendimento de competitividade nos negócios que pressiona por uma redução constante nos custos do trabalho. Empregadores tentam flexibilizar ao máximo as leis e relações trabalhistas para lucrar com isso e, ao mesmo tempo, atender uma procura por produtos cada vez mais baratos por parte dos consumidores.
O depoimento foi dado durante o painel "Demanda por trabalho forçado e exploração sexual – como e por que isso alimenta o tráfico de seres humanos" na manhã desta quinta do "Fórum de Viena", organizado pela Iniciativa Global das Nações Unidas para o Combate ao Tráfico de Seres Humanos (UN.Gift), aqui na capital austríaca.
A pobreza, que torna populações vulneráveis socialmente, garante oferta de mão-de-obra para o tráfico – ao passo que a demanda por essa força de trabalho legitima esse tráfico de pessoas, atraindo intermediários (como os "gatos" no Brasil). Em resumo, de acordo com Phillips, "a sistemática desregulação do mercado de trabalho facilita o surgimento de trabalho forçado". Para atuar no problema, deve-se atuar tanto na oferta desse tipo de mão-de-obra quanto na demanda. Ou seja, no combate à pobreza e na criação de um modelo de desenvolvimento diferente.
Vou pedir para que ela venha ao Brasil dar umas aulas. Quem sabe alguns dos nossos legisladores e governantes não se empolgam em ir para assistir e aprender algo também…
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