De Chávez a Chaves, os brinquedos aceitam qualquer coisa
Para o final de semana. Ganhei de uma amiga que foi à Venezuela um boneco do Chávez e de outra que foi ao México um boneco do Chaves.
Se você aperta o botão nas costas do presidente, vestido com botas e uma farda verde-oliva, ele repete três vezes um discurso. Dá mais ou menos um minuto de fala. No começo, é engraçado. Mas depois todo mundo quer ver e apertar, fica um saco. O outro, Chaves, alter-ego do Chapolin Colorado, não faz nada, mesmo assim, é simpático – por ser de pelúcia. Infelizmente essa versão não vem dentro de um barril, como uma outra a venda, mas ao contrário da outra, nesta ele tem pernas.
E falando em pelúcia, lembro que um artista plástico, uns anos atrás, fez uma exposição com vários bonecos do presidente Lula. Fez tanto sucesso que muita gente de renome quis um. Se não me falha a memória até FHC. Para espetar ou dormir abraçado – é difícil saber o que acontece entre quatro paredes…
Um amigo tem, em cima do monitor de seu computador, dois bonecos de chumbo: um do Che e outro do Fidel. Os dois são bem duros, pesados, resistentes, o que diz bastante sobre as brincadeiras de antigamente. Hoje em dia, as coisas não são feitas para durar. Tudo quebra ou rasga, como o meu Chávez e o meu Chaves.
Tenho uma foca de pelúcia, que ganhei há muitos anos. E que está entre Lyotard e Adorno na minha estante de livros. "Foca", no jargão jornalístico, é o repórter de início de carreira, empolgado, mas que faz bastante besteira também. Ela tá cheia de pó.
Bem, quem esperava algum final amarrando tudo isso com alguma análise, vai se decepcionar. Não tem filosofia, nem política. Só pelúcia.
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