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Leonardo Sakamoto

Mundo perde US$ 1,25 tri com acidentes de trabalho, diz OIT

Leonardo Sakamoto

28/04/2008 13h37

Cerca de 4% do Produto Interno Bruto do mundo (algo em torno de 1,25 trilhão de dólares) são gastos diretos ou indiretos derivados de acidentes e doenças profissionais. A conta foi feita com base em tempo de trabalho perdido, indenizações pagas aos trabalhadores, interrupção de produção e gastos médicos. O dado é da Organização Internacional do Trabalho que divulgou nota hoje (28) para lembrar o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.

"Além disso, não podemos esquecer que a maioria dos trabalhadores está na economia informal, onde é provável que não se leve em conta todos os acidentes, doenças e mortes por causa do trabalho. Por isso, a saúde e a segurança destas pessoas devem ser para nós uma prioridade", alertou o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. "O trabalho não é uma mercadoria e os mercados devem estar a serviço das pessoas."

Seria ótimo, mas estamos longe disso.

Tirei a foto acima há três anos, durante uma libertação de trabalhadores escravos no Pará. Mas, nesse caso, não se perdeu dinheiro com o acidente de trabalho. O rapaz continuou trabalhando sem dedo e com a mão carcomida de veneno para pasto, na falta de equipamentos de proteção.

Trabalhadores não são mercadoria, mas há aqueles que insistem no contrário…

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.