Este é um país que vai pra frente. Hô, hô, hô, hô hô...
Um amigo, jornalista e bastante ácido nos seus comentários, me mandou esta matéria do jornal Folha de S. Paulo, que publico abaixo de forma reduzida. Para ele, a história seria cômica se não fosse trágica. "Você pode votar em um sócio ou no outro da mesma madereira. O que se devia fazer com um município de gaúchos, paranaenses e catarinenses cortando madeira na Amazônia?"
A ditadura militar (que o capeta a tenha, embalada em sonho eterno) abriu os braços para a entrada de empreendimentos agropecuários na região nos anos 70. Hoje, os tempos são outros, as leis também. O estado de direito não aceita mais (pelo menos no papel) a farra de antes. Porém, tem muita gente que não percebeu isso e continua botando tudo abaixo em nome do progresso, vivendo sob a sombra da Gloriosa. Os sócios-madeireiros-prefeituráveis são um exemplo. Quem compra desses produtores sem se preocupar com a origem dos produtos também. O Estado que faz vistas grossas idem.
Defesa do desmatamento une candidatos madeireiros
Os dois candidatos a prefeito de União do Sul (MT) são madeireiros e defendem na campanha a ampliação do limite de desmatamento na Amazônia, onde o município está situado. Candidato pelo DEM, Antonio de Matia, 59, o Ico da MM, diz ser sócio de seu adversário Ildo Ribeiro de Medeiros (PMDB), 43, em uma madeireira em Moraes de Almeida (PA).
Os dois candidatos dizem que "só 14% das matas foram abertas" no município. Eles querem que o governo federal autorize desmatamento de até 50%. Atualmente, o limite é de 20% no território amazônico. O próprio prefeito admite ter praticado ato ilegal, ao desmatar ao menos metade da área de sua fazenda.
Medeiros e o prefeito dizem que a saída para o município é o desenvolvimento da agricultura nas áreas a serem abertas. União do Sul tem 4.581 km2, quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Atualmente, o município ainda vive das indústrias da madeira. São 20 empresas instaladas. A cidade chegou a ter 60 madeireiras, mas, segundo o prefeito, as ações de fiscalização reduziram o número de empresas. O principal golpe foi a Operação Curupira da Polícia Federal, em 2005, contra madeireiras fantasmas.
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