A voz do povo
Rio de Janeiro – Almocei em um botecão hoje – meu amigo queria matar a saudade de um bom PF. Na TV engordurada, presa à parede do estabelecimento, um programa começava a discutir o caso Eloá. Com voz grave, o repórter (como há pessoas que se prestam a isso?…) perguntava a moradores de Santo André se o namorado seqüestrador podia ser comparado a Alexandre Nardoni. Não vou fazer nenhuma análise do caso, mas tenho que fazer a ressalva que isso já virou esbórnia.
Imediatamente, um dos trabalhadores, provavelmente um dos pedreiros de uma obra próxima ao bar, reclamou em voz alta: "Pô, que sensacionalismo! Chega, né? Ficar falando disso vai trazer a menina de volta?" Seus companheiros e o próprio dono do bar concordaram. "O pessoal da TV parece que quer ganhar com a menina." Mudaram de canal.
Essa é a opinião de todos? Nem de longe. Em uma espiral bizarra, polícia, mídia e sociedade se refestelam com o caso, que vai durar até a próxima desgraça.
Mas é interessante notar que, ao contrário do discurso de muitos, que justificam a cobertura intensa como uma resposta a uma suposta demanda do povo pelo assunto (Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?) , parte desse "povo" também não agüenta mais.
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