Deputado faz apologia à morte de funcionários públicos
Luís Carlos Heinze (PP-RS) faz parte da bancada ruralista no Congresso Nacional e tem sido um dos mais atuantes na defesa do agronegócio. Em uma audiência na semana passada, fez um discurso inflamado, afirmando que a agropecuária era pressionada pelo sistema financeiro, ambientalistas, pelo Ministério do Trabalho. Se empolgou tanto que soltou esta pérola:
"Aqui em Goiás, até isso acontece, os caras tiveram que matar um fiscal. De tão acuado que tava esse povo. O cara não agüenta mais!" (Ouça o áudio com a declaração.)
Em outras palavras: fazendeiros acuados por terem que cumprir a lei não agüentaram tanta pressão para reduzir a taxa de lucro conseguida de forma criminosa e mataram para continuar na ilegalidade.
Mais direto impossível. Vale lembrar que o deputado externou o que pensam muitos produtores rurais e seus representantes políticos. Muita gente deve ter se sentido aliviada.
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho afirmou que vai entrar com uma ação contra o deputado, tentando provar quebra de decoro. Sua declaração, além de infeliz, incita o ódio e a violência contra funcionários públicos, ambientalistas e defensores dos direitos humanos – que já vivem com na mira de matadores devido à zona rural que aqui impera. Em outras democracias, isso já seria suficiente para sua cassação. Aqui é capaz dele acabar ganhando um prêmio. Da mesma forma que um outro político ganhou.
Há três posts lembrei da Chacina de Unaí (MG), quando quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram mortos durante fiscalização rural. A Polícia Federal apontou Antério Mânica, prefeito de Unaí, como um dos mandantes. Nesta segunda, ele recebeu a Medalha da Ordem do Mérito da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Se quiserem entrar em contato com o deputado, seu e-mail é dep.luiscarlosheinze@camara.gov.br.
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