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Leonardo Sakamoto

Animação explica a polêmica da Raposa Serra do Sol

Leonardo Sakamoto

18/12/2008 18h20

Na semana passada, oito ministros do Supremo Tribunal Federal votaram a favor da demarcação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Marco Aurélio Mello levou a bola para casa quando o jogo quando já estava 8 a 0, sem chances de virada. Só quer brincar de novo em 2009. Gilmar Mendes, o presidente, não quis declarar vencedor, negando a cassação da liminar para a retirada dos arrozeiros da área. Creio que não gostou do resultado, pois deu declarações estranhas à imprensa. Os "poréns" levantados pelo ministro Carlos Alberto Direito, que colocam entraves para o aumento de terras indígenas já demarcadas, são compicadores para efetivação de direitos de povos, como os do Mato Grosso do Sul, encurralados em bolsões de miséria por cidades e grandes fazendeiros. Mas um importante recado foi dado. Para desespero de muita gente que gostaria de ver o país pasteurizado.

Fiz essa introdução para trazer um vídeo a vocês. A animação "Reserva Raposa Serra do Sol" foi lançada na semana passada para explicar à sociedade de forma simples e direta esse caso que gerou tanta polêmica. Dirigido por Arnaldo Galvão, tem entre os responsáveis pelo argumento e roteiro Spensy Pimentel, jornalista e antropólogo, parceiro nosso aqui da Repórter Brasil.

Ficha técnica
Reserva Raposa Serra do Sol, 3 minutos, 2008
Argumento e Roteiro: Ana Vitória, Leandro Saraiva, Newton Cannito, Spensy Pimentel e FICs (Fabrica de Ideias Cinematicas); Direção /Animação/ Storyboard: Arnaldo Galvão; Produção: Marta Machado e Ale McHaddo; Criação de Personagens /Direção de arte /Storyboard: Adriana Meirelles; Trilha: Ben Charles Filgueiras; Assistente de Produção: Ligia Slywitch; Coordenação de Animação: Paulo Biagioni; Composição Digital: Ana Predolin; Rodrigo Lima; Stephanie Watanabe; Edição: Robson Lima.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.