Financiamento e independência, de Belém a Davos
Belém – Tenho acompanhado o debate sobre o financiamento do Fórum Social Mundial e as críticas que organização sofreu por ter aceitado recursos de empresas. Os organizadores do evento rebatem dizendo que estão cada vez menos dependentes desse tipo de patrocínio.
Concordo que o ideal seria evitar o financiamento por parte do setor empresarial, uma vez que os impactos sociais e ambientais causados por ações de empresas são alvos preferenciais das críticas dos participantes do FSM. Aliás, esse é o grande desafio de entidades da sociedade civil (e da imprensa): garantir sustentabilidade e preservar a independência ao mesmo tempo. Há uma discussão em curso sobre as alternativas possíveis e seu andamento é fundamental para a natureza do próprio fórum.
Contudo, ainda não vi críticas públicas sobre o financiamento do Fórum Econômico Mundial, que está sendo realizado em Davos, na Suíça. De acordo com o site do evento, os seus recursos provém de taxas cobradas de seus membros (mais de 1000 empresas), apoios de parceiros estratégicos (companhias que desempenham um papel de liderança) e taxas de inscrição cobradas nos eventos.
Considerando que decisões e "consensos" sobre políticas a serem adotadas por governos ao redor do mundo podem ser retirados das reuniões a portas fechadas em Davos, também não seria preocupante uma influência exercida (em causa privada) por essas empresas financiadoras? Vale lembrar que muitas delas estão no centro dos holofotes devido à sua (ir)responsabilidade na atual crise global.
Abaixo, segue a lista dos parceiros estratégicos, de acordo com o Fórum Econômico Global:
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