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Leonardo Sakamoto

A nova lei de combate ao tráfico de pessoas dos EUA

Leonardo Sakamoto

07/02/2009 08h40

No final do ano passado, o Congresso Nacional dos Estados Unidos aprovou e a Presidência da República sancionou a nova lei de combate ao tráfico de seres humanos. Ela define a política norte-americana de combate ao tráfico nacional e internacional, incluindo ações de penalização a governos e empresas estrangeiras vistos como lenientes com esse crime, e lhe aloca recursos. As mudanças obtiveram apoio de importantes organizações da sociedade civil que atuam globalmente nessa área, como a Free the Slaves.

A lei também prevê assistência aos sobreviventes do tráfico (incluindo a concessão de vistos especiais), proteção aos trabalhadores que imigrarem com diplomatas estrangeiros (para evitar que sejam explorados com base em costumes de seus países de origem) e a penalização de aliciadores estrangeiros.

O ranking dos países de acordo com sua atuação no combate ao tráfico de pessoas (na opinião do governo dos Estados Unidos, é claro), continua. Os piores colocados podem sofrer sanções, como a interrupção da remessa de recursos financeiros para programas dos governos desses países. Muita gente, inclusive por aqui, reclama dessa avaliação (que pode ser encontrada em relatório anual divulgado pelos EUA), que seria muito influenciada por motivações políticas fora dessa área ou carente de maior conhecimento sobre o país analisado.

Quem quiser o texto da nova lei, em inglês, clique aqui.

Para efeito de comparação, trago também o Plano Brasileiro de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, lançado em 2008 e baseado na Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.