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Leonardo Sakamoto

Como age a fiscalização rural do trabalho

Leonardo Sakamoto

21/05/2009 17h58

Sei que há muitos representantes de empresas do setor agropecuário e proprietários rurais que visitam regularmente este blog e, antes de mais nada, agradeço a audiência. Por isso, achei interessante postar a instrução normativa número 76 do Ministério do Trabalho e Emprego, que foi publicada nesta semana no Diário Oficial da União, e que atualiza os procedimentos para fiscalização rural.

O tema pode parecer chato e técnico demais, mas sua importância é inconteste. Para aqueles que falam que ações que encontram trabalho infantil, precário ou escravo no campo seguem um roteiro obscuro e desconhecido, essa é uma boa chance para conhecer como deve agir a fiscalização e, por conseguinte, o empregador rural.

A nova IN reforça a parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Advocacia Geral da União e traz informações sobre a contratação correta de trabalhadores de outras regiões, evitando assim o aliciamento ilegal.

Nela, há um modelo da Certidão Declaratória de Transporte de Trabalhadores (CDTT), documento usado para autorizar o transporte de trabalhadores recrutados em regiões diferentes de sua moradia. Esse documento substitui a antiga Certidão Liberatória, cuja emissão era obrigatoriamente solicitada pelo empregador à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). A partir dessa nova resolução é preciso apenas que o empregador comunique à SRTE sobre o transporte dos trabalhadores por meio da Certidão Declaratória.

Para baixar a IN, clique aqui

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.