Já tenho meu candidato para o Senado no Rio
Há setores do PMDB carioca que querem lançar o deputado estadual Jorge Picciani para uma vaga no Senado no ano que vem. Disputaria, provavelmente, com nomes como Fernando Gabeira (PV), Marcelo Crivella (PRB) e, talvez Lindberg Farias (PT) – se este fosse convencido a não concorrer contra o governador Sérgio Cabral. Da minha parte, apóio totalmente a proposta e, desde já, me coloco como um entusiasta que Picciani seja lançado ao Senado.
Assim poderemos lembrar durante a campanha eleitoral, um dia sim, no outro também, como ele escravizou trabalhadores em sua fazenda no Mato Grosso.
Sua propriedade, localizada em São Felix do Araguaia, no Mato Grosso, foi alvo de uma operação do grupo móvel de fiscalização do governo federal em junho de 2003, quando 39 trabalhadores foram libertados. De acordo com auditores fiscais, que participaram da operação, os peões estavam submetidos à vigilância armada de "gatos" (contratadores de mão-de-obra que trabalham para os fazendeiros) para evitar fugas e não tinham acesso à alimentação decente. Além disso, as pessoas tinham que utilizar a mesma água para lavar a roupa, tomar banho e matar a sede. Entre os trabalhadores, havia um adolescente de 17 anos.
Além de Jorge, a Agropecuária Vale do Suiá (Agrovás) tem também Leonardo Picciani, seu filho e ex-presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, entre os sócios. A Agrovás chegou a figurar na "lista suja" do trabalho escravo e esteve impedida de receber créditos públicos. Ninguém perdeu o mandato por isso. Continuam ocupando cargos públicos, felizes da vida.
Em último caso, vai ser bom para todos ele ser levado ao Senado. Poderá encontrar outros senadores que incorreram no mesmo crime ou em coisa tão grave quanto e reclamar das injustiças dessa vida. Se sentirá acolhido, em casa. E nós garantiremos que um jeito de viver a vida pública, que poderia estar extinto, possa sobreviver, ficar junto, reproduzir-se.
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