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Leonardo Sakamoto

Montadoras serão cobradas a combater trabalho escravo

Leonardo Sakamoto

26/02/2010 08h49

Organizações da sociedade civil dos Estados Unidos devem começar, em breve, ações para convencer as montadoras de carros de lá a fazer com que suas empresas no Brasil adotem políticas específicas de combate ao trabalho escravo em suas cadeias produtivas. A ação pedirá que a indústria automobilística norte-americana que atua em território brasileiro crie procedimentos para eliminar todos os fornecedores diretos e indiretos que tenham usado trabalho escravo, principalmente na cadeia do carvão vegetal – insumo para fabricação de ferro-gusa/aço.

Não são poucos os casos detectados de contaminação da cadeia produtiva do setor com matéria-prima de fazendas e carvoarias presentes na "lista suja" do trabalho escravo do governo federal, cadastro que relaciona os que comprovadamente se valeram dessa prática. Até agora, nenhuma montadora aderiu ao Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que reúne mais de 20% do PIB brasileiro contra esse crime.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.