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Leonardo Sakamoto

Exigência de ponto eletrônico deve ficar para o segundo semestre

Leonardo Sakamoto

24/02/2011 16h17

Toda vez que bater o ponto, o trabalhador terá de receber um comprovante impresso com o horário em que iniciou ou encerrou a sua jornada de trabalho. Mas não agora.

A cobrança para a adoção da nova regulamentação do ponto eletrônico, que impõe a aquisição de máquinas com impressoras, deve ser adiada novamente, provavelmente para o segundo semestre deste ano. A informação vem de fontes do Palácio do Planalto. Além disso, deve ser aceita a dispensa da necessidade das empresas instalarem ponto eletrônico nos casos em que o tema seja previsto em acordo coletivo de trabalho – o que havia sido anunciada pelo ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi.

A necessidade dos equipamentos está marcada para o dia 01 de março. Mas a gritaria (e a pressão) das empresas têm sido grande.

Toda vez que bater o ponto, o trabalhador terá de receber um comprovante impresso com o horário em que iniciou ou encerrou a sua jornada de trabalho. No início, haverá visitas com função pedagógica. Depois, multas. O auditor fiscal poderá verificar irregularidades no registro eletrônico como a ausência ou redução de intervalos de jornada, a realização de horas-extras além do permitido ou sem remuneração equivalente, a concessão de descanso semanal, entre outros.

Ao longo do tempo, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho receberam muitas denúncias relacionadas a fraudes nos sistemas de ponto eletrônico utilizados por grandes empresas como magazines varejistas e redes de supermercados. Denúncias formuladas por trabalhadores e sindicatos, que revelaram fraudes, em especial com a finalidade de reduzir as horas extras trabalhadas. Ou seja, depois que você bateu o cartão, alguém (ou a máquina) vai lá e diminui o seu tempo de trabalho.

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.