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Leonardo Sakamoto

Por que um bebê prende a atenção do mundo inteiro?

Leonardo Sakamoto

02/05/2015 21h00

Sei que todo mundo já falou deste bebê.

E que muita gente não aguenta mais nem ouvir falar dele.

Mas, afinal de contas, o que faz dele tão especial a ponto das redes sociais terem lhe dado tanta atenção?

Já vi gente maldizer quem compartilha os vídeos sobre ele, chamando-os de desocupados, de paga-pau. Prefiro acreditar que ainda existe graça neste mundo. E quem ama, compartilha.

Ninguém sabe seu nome, mas não me importo. Disseram tanto que é fofo, portanto eu também acho ele fofo.

E, convenhamos, algo que teve 217.058.688 de visualizações não pode estar errado.

Gente, amo esse bebê panda que espirra.

Observação: Olhando o tempo gasto, em todo o mundo, com o nascimento da nova princesa inglesa, neste sábado (2), adoraria concordar com Jean Meslier (1664-1729), que escreveu que "o ser humano só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre". Mas, após refletir e lembrando que esse bebê é um grande negócio para muita gente, tendo a achar que Oscar Wilde (1854-1900) tinha razão: "Há três tipos de déspotas. Aquele que tiraniza o corpo, aquele que tiraniza a alma e o que tiraniza, ao mesmo tempo, o corpo e a alma. O primeiro é chamado de príncipe, o segundo de papa e o terceiro de povo".

Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.