Planejamento da morte de Marielle teria começado após operação contra MDB
Uma das hipóteses da investigação para descobrir os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes passa pelo velho núcleo do MDB no Rio. O planejamento da execução teria começado após a deflagração da Operação Cadeia Velha, que acabou por prender os deputados estaduais Jorge Picciani (então presidente da Assembleia Legislativa), Paulo Melo e Edson Albertassi. A ação do PSOL na Alerj foi fundamental para as prisões de, ao menos, um dos políticos em novembro de 2017.
Após a Divisão de Homicídios da Polícia Civil carioca prender o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, acusados de serem os executores, nesta terça (12), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, que atua em parceria com os policiais, divulgou nota afirmando que "a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado". Ambos foram assassinados em 14 de março de 2018.
O blog apurou que a coincidência de datas chama a atenção dos envolvidos nas investigações.
Polícia Civil e Ministério Público sabem que Ronnie Lessa pesquisava na internet não só os locais em que ela frequentava mas também a vida do então deputado estadual e, hoje, federal Marcelo Freixo, seu amigo próximo e pertencente ao mesmo grupo político da vereadora. Uma das linhas de investigação analisa se execução teria sido por vingança.
Os alvos políticos e empresariais da Operação Cadeia Velha foram acusados de manter uma organização criminosa com propinas milionárias para compra de decisões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em benefício do setor de transportes públicos. O esquema, segundo a investigação, teria começado ainda sob o ex-governador Sérgio Cabral e passou a ser comandado pelos três deputados estaduais já citados.
Felipe Picciani, filho de Jorge, acabou preso no dia 14 de novembro de 2017, quando a Cadeia Velha foi deflagrada. E mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra os gabinetes dos três deputados, conduzidos coercitivamente a depor. O comando da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio, Lélis Teixeira, José Carlos Lavouras e Jacob Barata Filho, também estavam na lista de prisões, além de funcionários da Alerj.
Alguns dias antes da ação, Albertassi foi indicado para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado pelo então governador Luiz Fernando Pezão e ganharia foro privilegiado com isso. Outros indicados à vaga do TCE teriam sofrido pressões para desistir em favor dele.
O PSOL na Alerj, tendo Marcelo Freixo à frente, questionou a indicação. No dia 13 de novembro de 2017, a 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça concedeu uma liminar suspendendo a posse e, portanto, o foro. Com isso, no dia 16 de novembro, por unanimidade, os desembargadores da Seção Criminal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiram pela prisão em flagrante de Picciani, Melo e Albertassi. Nos depoimentos de seus advogados, os três têm negado qualquer envolvimento no crime.
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