"É retaliação. A prisão do Lula não está sendo como imaginavam"
"A transferência para São Paulo em meio à possibilidade de suspensão ou progressão da pena é retaliação. A prisão do Lula não está sendo como eles imaginavam, pois ela é vista por muitos, inclusive no exterior, como injusta e arbitrária, ainda mais após os diálogos entre Moro e os procuradores. Eles não estão sendo vistos mais como os heróis que acharam que seriam para sempre."
A avaliação é de um dos assessores mais próximos a Lula, que teve sua transferência decidida pela juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do ex-presidente, nesta quarta (7), a pedido da Superintendência da Polícia Federal no Paraná – onde ele está preso. Segundo ele, o petista não causa problemas em sua cela e é tratado com respeito pelos funcionários da Polícia Federal. A defesa de Lula é contra a transferência para a Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista, e vai recorrer. No local, cumprem pena Suzane von Richthofen, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Gil Rugai, entre outros.
"Querem humilhar e quebrar Lula em um momento em que a Lava Jato é criticada nacionalmente e num momento em que o caso dele será analisado pela Justiça. E isso tem o dedo do Moro sim, que tem ascendência nessa turma toda, apesar de mandar cada vez menos. Porque, quem manda mesmo agora, inclusive no Moro, é o Bolsonaro."
Na análise de outro assessor próximo ao ex-presidente, ao mesmo tempo que estabilizou a convivência com os grupos de apoio a Lula que permanecem em vigília perto da sede da PF, em Curitiba, não é fácil para a Lava Jato que ele continue recebendo apoio de ex-autoridades estrangeiras, celebridades e até carta de apoio do papa Francisco e que exista uma longa lista de veículos de comunicação pedindo para entrevistá-lo.
Em Tremembé, Lula deve ir para uma cela comum e ter convivência com os outros presos. Na capital paranaense, ele ocupa uma sala com banheiro por ser ex-presidente da República, mas sem acesso aos demais encarcerados.
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