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"Triunfo" conta a história do nascimento do hip hop no Brasil

Leonardo Sakamoto

05/04/2014 11h45

Neste mês em que o golpe militar de 1964 completa meio século, o festival internacional de documentários "É tudo verdade" traz um importante – mas pouco falado – capítulo da resistência cultural dos anos de chumbo: o nascimento da cultura hip hop no Brasil.

Imagine como os verde-oliva e muitos de seus aliados eram simpáticos a um nordestino magro e alto, dono de uma cabeleira inspirada no black power americano, que resolveu ocupar os espaços públicos do Centro de São Paulo para dançar funk e soul? E pense como eles ficaram ainda mais felizes quando uma legião de jovens negros da periferia da maior cidade do país resolveram se juntar a esse tal nordestino para arriscar os primeiros passos do break em nosso país.

Esse é o pano de fundo de "Triunfo", cinebiografia dirigida por Caue Angeli e seu pai Hernani Ramos. O documentário presta um tributo a Nelson Triunfo, nascido há 60 anos no sertão pernambucano, e que hoje mora na favela do Tiquatira, na Zona Leste de São Paulo.

Além de ser referência artística de todos os grandes nomes da cena do hip hop nacional, que dão as caras no filme para render homenagens ao mestre, Nelsão é uma espécie de bandeirante às avessas, um pioneiro que desbravou a selva de pedra dos preconceitos que ainda perduram contra a cultura black.

O filme pode ser assistido gratuitamente no Cine Livraria Cultura, em São Paulo, nos dias 07 (21h) e 08 de abril (15h). Já no Rio de Janeiro, o documentário será projetado no Espaço Itaú de Cinema em 09 (21h) e 10 de abril (15h).

E aí vai o trailer do filme:

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Sobre o Autor

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.


Leonardo Sakamoto