Faça o teste: Você é homofóbico ou transfóbico?
Leonardo Sakamoto
07/06/2015 09h44
Responda sim ou não:
Diz que não é preconceituoso porque tem amigos gays?
Acha um absurdo homossexuais E transexuais serem surrados, mas "entende" quando eles ou elas "extrapolam" em suas liberdades, "tiram outras pessoas do sério" e "exageros" acabam acontecendo?
Fica no fundo da sala de aula tirando barato da colega só porque descobriu que ela é lésbica ou ele é gay?
Envia para amigos, via redes sociais, dados mal interpretados a partir de pesquisas questionáveis de algum instituto de estudos de fundo de quintal, "provando" que não é necessário criminalizar a homofobia porque sua incidência é irrisória?
Senta no sofá da sala e concorda com seu pai que alguma coisa precisa ser feita pois o mundo está indo para o buraco e a prova disso é um casal de "bichas" ter se beijado na saída do cinema?
Na hora de contratar alguém no escritório, prefere o hétero inexperiente do que a travesti mais do que adequada para a função?
Vê seu filho brincando de boneca com a amiguinha e, imediatamente, manda ele voltar para casa e nunca mais permite que a veja de novo, pois não quer má influências na formação dele?
Acha uma aberração às leis de deus duas mulheres ou dois homens se dedicarem à criação de uma criança, mas gasta todo o seu tempo livre com amigos, terceirizando seus filhos para uma babá?
Considera que falar sobre preconceito, igualdade, tolerância e homofobia para as crianças na escola fazem com que elas "aprendam" a ser homossexuais ou transexuais?
Fica lisonjeado quando recebe uma cantada de mulher, mas transtornado quando o gracejo vem de um homem?
Acha que igualdade de tratamento significa manutenção da desigualdade – ou seja, se houver punição para homofobia também deve haver para heterofobia?
Acredita, acima de tudo, na proteção do modelo de família de um pai-homem e uma mãe-mulher, como solução para todos os males do mundo?
Se respondeu "sim" a alguma delas, precisa conhecer mais gente diferente de você.
Se respondeu a "sim" a todas, precisa de ajuda médica. Urgente.
Acredite, você pode ser dodói e, talvez, nem perceba. Pois o diabo, ele sim, não está apenas nos grandes atos discriminatórios ou em genocídios, mas também nos detalhes que causam dor no cotidiano.
Esse questionário já apareceu por aqui, mas achei que era válido resgatá-la por conta da Parada do Orgulho LGBT deste domingo (7).
E fique tranquilo: O tratamento é longo e não pode ser abandonado, sob o risco de recaídas violentas, mas homofobia e transfobia tem cura.
Sobre o Autor
É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e violações aos direitos humanos em todos os estados brasileiros. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil, conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e comissário da Liechtenstein Initiative - Comissão Global do Setor Financeiro contra a Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos. É autor de "Pequenos Contos Para Começar o Dia" (2012), "O que Aprendi Sendo Xingado na Internet" (2016), entre outros.